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Produção de salgados ao ritmo do TikTok

13 de dezembro de 2021
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23:46
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Bruno Marcon
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Novo presidente da PepsiCo adota lançamentos com produtos regionais e novas linhas cada vez mais rápidas

Presente com seus produtos em 96% dos lares brasileiros, a PepsiCo quer aumentar a frequência com que os consumidores compram seus biscoitos e bebidas. E, para isso, aposta em acelerar inovações e regionalizar os sabores. O Cheetos ganhou versão doce no Nordeste, com sabor cocada, durante as festas juninas. E formato igual ao do logo do TikTok, em vídeo que teve mais de 1,2 bilhão de visualizações. O Doritos ficou mais fino, o Torcida teve versão camarão picante.

A aposta maior é nos snacks salgados, afirma ao GLOBO o presidente da empresa, Alexandre Carreteiro, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, em março, após 18 anos na Nestlé.

No pós-pandemia, diz o executivo, a casa virou o lugar para receber os amigos, e os salgadinhos estarão mais presentes no cardápio. Para atender a uma clientela cada vez mais conectada, as inovações na empresa, que antes levavam até dois anos, agora saem em seis meses.

O senhor assumiu a presidência da PepsiCo em março. Quais são os planos da matriz para o Brasil?

É uma empresa super forte nos Estados Unidos e tem um mar de oportunidades em países emergentes. Brasil, China, Índia e Rússia são grandes oportunidades. Construímos um plano baseado na inovação, no crescimento sustentável e na regionalização.

A categoria de snacks salgados vem se destacando quando você compara com chocolate, biscoito e goma de mascar. É uma categoria que vem crescendo acima de 20%. O consumidor está migrando do doce para o salgado.

Esse olhar regional significa um mix maior de produtos ou uma adaptação a sabores locais?

O olhar regional significa estar mais próximo do consumidor local. O de São Luís do Maranhão ou de Recife não tem nada a ver com o de Porto Alegre. É trazer inovações que possam ser cada vez mais adaptadas ao sabor local. É ainda se adaptar a maneira de operar. Temos fornecedores regionais, assim como distribuidores. Olhando para as inovações locais, tivemos um Cheetos Arraiá, para as festas do Nordeste, que tinha também uma versão doce (sabor cocada).

Temos um centro de pesquisa e desenvolvimento em Sorocaba (SP) no qual investimos U$ 25 milhões (em 2017). E é um dos sete centros globais. E isso nos permite ser muito ágil. Antes, a inovação demorava de um ano e meio a dois anos. Agora, temos conseguido em seis meses. Com o Torcida, pegamos um pastel de camarão do Nordeste e trouxemos para nosso centro de pesquisa e conseguimos replicar o sabor em um Torcida camarão com pimenta.

Há dois meses, lançamos o Ruffles maionese temperada Hellmanns, marca da Unilever. Agora, fizemos a primeira parceria com o TikToK, com o Cheetos no formato (do logo) do TikTok, cujo vídeo teve mais de 1,2 bilhão de visualizações. Em achocolatado, inovamos com versão em Toddy Twix e Toddy Snickers (ambas marcas da Mars). Em Doritos, criamos o Dinamita, uma versão mais fina em formato de tubo com dois sabores. Estamos entrando em novas categorias. Temos ovinhos flamin hot com wasabe. Essa velocidade em fazer inovação vai nos permitir cada vez mais aterrissar com sabores regionais.

Essa agilidade surgiu durante a pandemia?

A pandemia trouxe digitalização, uma maneira de se conectar cada vez mais rápida e uma maior aproximação com os clientes. Durante a pandemia, não houve tanta inovação, pois o foco foi mais no básico. Agora que estamos podendo retomar uma certa normalidade, a inovação é mais uma questão de mindset, de que não precisa ter todas as respostas e tem que testar conceitos.

Hoje o consumidor está mais aberto a testar novas alternativas na sua casa. A casa é o novo hub, é o lugar onde você recebe pessoas. Tem uma vontade muito grande dos consumidores de testarem coisas novas. Torcida é um dos dez itens mais consumidos no churrasco, apareceu em uma pesquisa interna que fizemos. Estamos entrando nessa nova rotina do consumidor e muitas delas vão ficar.

O centro de pesquisa lança produtos só para o Brasil?

Esse centro tem um pouco mais de três anos. Na pandemia, tivemos que trabalhar mais remoto e agora estamos acelerando a utilização. Há uma demanda muito grande dos outros países da América do Sul. Temos mais de 90 cientistas no Brasil. Esse centro coloca o Brasil em uma posição de destaque no cenário global. E ajuda a desenvolver toda a cadeia de valor local. Utilizamos muitos produtos locais, como a tapioca, a mandioca, a batata. O consumidor quer saber a origem dos produtos.

Fonte: Por Bruno Rosa e Luciano Rodrigues, O Globo


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