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ABRAS



O que ditará o futuro do varejo alimentar?

20 de setembro de 2021
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23:20
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Redação SuperHiper
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Gigantes, nacional e internacional, do varejo supermercadistas revelam suas apostas para o futuro e de que forma a tecnologia estará posicionada no dia a dia do setor. Entenda o que é tendência nesta pauta 

Em um mundo que começa a voltar ao normal após a pandemia da covid-19, saber qual futuro está se desenhando para o setor de varejo alimentar foi o tema principal do painel que abriu os trabalhos da tarde deste primeiro dia (20/9) da 55ª edição da Convenção ABRAS, realizada na cidade paulista de Campinas. Sob o título O futuro do varejo alimentar, a mesa contou com convidados brasileiros e internacionais para discutir o assunto de suma importância para o setor.  

A apresentadora Mariana Godoy deu as boas-vindas à Cláudia Azevedo, CEO do Grupo Sonae, que participou remotamente diretamente da cidade portuguesa do Porto. Ela iniciou sua fala dizendo que o varejo brasileiro é muito desenvolvido e está entre os melhores do mundo. “Os varejistas brasileiros são mesmo muito bons no que fazem e é um mercado difícil e competitivo. Portanto, um benchmarking mundial”, afirmou a CEO do Sonae, um grupo varejista baseado em Portugal e com atividades em todo mundo – líder no país europeu no varejo alimentar e não-alimentar. Segundo a executiva, a companhia criada pelo pai dela tem a missão de criar valor social e econômico. Ao comentar sobre as tendências no setor, como não poderia deixar de ser, Cláudia retomou o tema da pandemia e, consequentemente, o avanço da operação digital e uma proliferação de canais, como por exemplo, o click collect.  

A CEO do Grupo Sonae chamou a atenção que os varejistas precisam investir em tecnologia, caso contrário, estará fora do jogo. Só que ela também alertou que há muita inovação tecnológica e uma das funções dos CEOs é saber qual é o valor delas e, principalmente, se ela tem maturidade para escalar, dar conta de estar em muitas lojas. “Nós, de empresas de supermercados, temos que mudar sempre. É nosso desafio todos os dias”, reforçou o recado.  

Porém, além de dizer que a empresa tem investido muito na operação digital, a executiva também enumerou outras tendências, que já está experienciando em suas lojas em Portugal, e compartilhou com os varejistas brasileiros. De acordo com ela, estão fazendo investimentos para melhorar suas marcas próprias porque os grandes concorrentes têm as suas e são muito boas. “Hoje em Portugal, as marcas próprias não são uma alternativa mais barata. O cliente escolhe muito mais do que a marca que vê na televisão”, comenta. “Temos visto crescimento em produtos saudáveis, orgânicos, solúveis, food service. Quem entra no hipermercado é uma geração que cozinha muito menos em casa do que seus pais, eles vêm a procura de comida pronta”, pontou a varejista.  

Cláudia Azevedo também sugeriu que o varejista deve obter dados e transformá-los em ações que possam oferecer a melhor experiência de compra para o consumidor e também trazer a melhor rentabilidade para o negócio. A sustentabilidade, segundo ela, é fundamental e colocada em prática na companhia portuguesa.  

Varejo brasileiro   

Na sequência, a mediadora do painel, Cristiane Amaral, da EY Consumer Products & Retail Sector Leader Latam South, compartilhou alguns dados de uma pesquisa realizada em 19 países expondo o comportamento dos consumidores. De acordo com o estudo apresentado por ela, 82% dos brasileiros se preocupam em acompanhar a economia e decidir quais gastos ele quer ter. Cerca de 78% estão preocupados com a sua saúde e de sua família; 77% atentos à qualidade dos produtos e 68% preocupados com o impacto ambiental. Após citar esses números. Amaral perguntou à Jorge Faiçal, diretor-presidente do GPA, como está o e-commerce no GPA. 

Jorge Faiçal lembrou que todos passaram por um período de desafio e adaptação extraordinários nos negócios. Ele revelou que antes da pandemia o e-commerce da varejista representava 2% das vendas e agora está na faixa de 12%. “Essa é uma realidade que veio para ficar. Junto com ela, uma sede de competição de muitos varejistas que nem eram competidores direto e agora são. É o futuro, mas já está acontecendo agora”, ressaltou o executivo do GPA.  

Já para Roberto Matsubayashi, diretor de tecnologia da GS1 Brasil, a mediadora Cristiane Amaral questionou sobre como operar neste novo modelo híbrido. Matsubayashi relembrou que a GS1 foi criada, há algumas décadas, exatamente para auxiliar as empresas com a integração entre o físico e o digital. “O que vemos agora é que o consumidor não tem como ponto de venda só a loja física, pois ele pode comprar e receber seus produtos de diversos meios. Isso traz um desafio muito grande para as operações, a questão da logística, ou seja, o produto certo, no tempo certo e no local certo”, afirmou o executivo da GS1. Matsubayashi ressaltou que são “os dados cadastrais que apoiam todo o momento da experiência de compra do consumidor, seja no caixa da loja física, no app ou web site. “Portanto, eles têm de ser absolutamente precisos”, complementou.  

Vizinhos latino-americanos  

A mediadora pediu para que Christian Cieplik, presidente da Associação Latino-americana de Supermercados (ALAS), compartilhasse com os brasileiros algumas vivências de outros varejistas latino-americanos. De maneira remota, direto de Assunção, no Paraguai, Cieplik utilizou de algumas metáforas para trazer algumas informações. “Quem poderia dizer que estaríamos enfrentando o que estamos hoje. Sempre é mais fácil escrever o que está acontecendo do que ser o profeta. Para nós, do setor empresarial, navegar em águas onde não temos todas as ferramentas de sistema de navegação gera muitos desafios e oportunidades também”, afirmou o presidente da ALAS.   

Ele também comentou que em nível regional há um novo mundo visual e que a velocidade da tecnológica instalada em 2020 “foi extraordinária”.  Cieplik também frisou que a loja física não vai desaparecer, mas já está se transformando em algo mais sensorial. Assim como a Cláudia Azevedo, CEO do Grupo Sonae, ele também aposta nas marcas próprias, no valor do tempo e da saúde das pessoas. “Temos muito que aprender e ajustar, mas não podemos ficar parado”, concluiu Christian Cieplik. 

Para saber mais detalhes desse e outros painéis da 55ª edição da Convenção ABRAS, confira a cobertura completa na edição da revista SuperHiper. E confira o evento vivo pelo endereço convenção.abras.com.br.  


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