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Internacional



O que mais falta ser inventado?

10 de outubro de 2017
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15:10
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Bruno Marcon
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Uma loja que vende fruta feia! E que também se chama Fruta Feia!  Pois é, ela existe em Portugal e já conta com sete unidades no País.

Numa sociedade em que há pobreza, temos a situação irônica e triste de saber que cerca de 30% das frutas, legumes e verduras produzidas em Portugal são desperdiçadas, pois apesar de estarem ainda em condições de consumo, saborosas e com qualidade, não têm o aspecto perfeito em termos de cor, formato e calibre que os varejistas querem e que os consumidores da classe média e alta escolhem.


A cooperativa de consumo Fruta Feia canaliza essa parte da produção frutihortícola desperdiçada para consumidores que não julgam a qualidade pela aparência, combatendo uma ineficiência de mercado, criando uma marca e um movimento que consigam alterar padrões de consumo e gerar um mercado para a chamada “fruta feia”.

Este é um mercado que agrega valor e combate tanto o desperdício alimentar como o gasto desnecessário dos recursos utilizados na produção como água, energia e terrenos agrícolas, e também combate a emissão de dióxido de carbono e metano resultante da decomposição dos alimentos que não são consumidos.


A Fruta Feia começou em 18 de novembro de 2013. Hoje, conta com sete pontos de entrega (três em Lisboa, um na Parede, um em Porto, um em Gaia e um em Matosinhos), mais de 100 agricultores fornecedores, e mais de 2,5 mil consumidores associados para completar o canal de distribuição.
Com isso, evita semanalmente, no país, que cerca de oito toneladas de hortifrúti sejam encaminhadas diretamente para o lixo. Este projeto pretende que, no futuro, todos os produtos feios ou bonitos, mas com qualidade, sejam comercializados pelos diversos canais de venda.


Pesquisas informam que metade da comida produzida no mundo a cada ano vai para o lixo. Segundo a FAO, o atual desperdício alimentar nos países industrializados ascende a 1,3 mil milhões de toneladas por ano, suficientes para alimentar as cerca de 925 milhões de pessoas que todos os dias passam fome. 
Os motivos para este desperdício são vários e ocorrem ao longo de toda a cadeia agroalimentar. Excesso de produção, condições inadequadas de armazenamento e transporte, uso de prazos de validade demasiado apertados e promoções que encorajam os consumidores a comprar em excesso, são algumas das causas.


A proposta e os objetivos desta cooperativa de consumo, que surgiu há três anos e meio, está contida no parágrafo seguinte:


“A atual preferência dos canais de distribuição por frutas, legumes e verduras esteticamente perfeitos foi uma lógica imposta, em grande parte, pelos consumidores, que quando iam aos supermercados escolhiam sempre os produtos com melhor aparência, rejeitando os outros. Desde o momento em que esses produtos feios deixaram de interessar o consumidor, também deixaram de ser comprados pelos supermercados e distribuidores. Consideramos, portanto, que os consumidores devem se unir agora para recolocarem as frutas e hortaliças “feias” em circulação e como uma opção de consumo. Daí o modelo surgido dessa Cooperativa de Consumo, em que todos os consumidores são parte integrante e beneficiária do seu objetivo. A Fruta Feia é ainda uma cooperativa sem fins lucrativos, o que significa que todo o lucro gerado é investido no próprio crescimento do projeto.”

Condensado do site da Cooperativa Fruta Feia 
5 de outubro 2016

*Antonio Carlos Ascar é estudioso das tendências mundiais do varejo de autosserviço. Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV (SP), e especialização em Empreendedorismo pela Babson College de Boston (EUA). É autor do livro Glossário Ascar de Termos Supermercadistas e do livro Distribuindo as Camisas, (à venda no site www.mercadolivre.com.br). Por 31 anos foi diretor executivo do Grupo Pão de Açúcar, implantou diversos formatos de loja como: Extra, Minibox, Superbox, Peg Faça, Express, entre outros. Atualmente é consultor e sócio diretor da Ascar & Associados, empresa de consultoria que atua na prestação de serviços a redes supermercadistas. Ascar é também palestrante internacional, consultor de varejo da Abras e articulista da revista SuperHiper, publicação da Abras. www.ascarassociados.com.br

Clique aqui e confira o dicionário do setor.


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